A cirurgia mais realizada para tratamento de descolamento de retina é a vitrectomia, procedimento que consiste em remover o conteúdo gelatinoso do olho (vítreo) para permitir que a retina volte à sua posição normal. No entanto, até que ela complete o processo de cicatrização, é necessário o uso de uma substância tamponante, com objetivo de impedir que haja novo descolamento durante este período.
O tamponante usado mais frequentemente (e o mais eficaz para a maioria dos casos) é um tipo de gás com capacidade de expansão (aumento espontâneo de volume) quando puro mas que, em concentrações não expansíveis (“diluído”), é altamente tolerável pelo nosso organismo, sendo naturalmente absorvido por ele.
Apesar desta convivência pacífica entre gás e olho, alguns cuidados tem que ser observados:
Mesmo diluído, quando há variações bruscas de pressão atmosférica o gás pode contrair ou expandir de maneira rápida. A expansão brusca acontece quando se passa para uma condição de menor pressão atmosférica, como na decolagem de avião, por exemplo. Sendo assim, durante o período pós-operatório estão proibidas as viagens aéreas e as visitas a regiões de montanha, devido ao risco de glaucoma grave e perda irreversível da visão causados pelo aumento expressivo da pressão intraocular.
– Os olhos são planejados para enxergar através de meios líquidos ou gelatinosos – o gás, portanto, impede que o paciente veja de maneira adequada durante algumas semanas (até a completa absorção do gás).
– O vítreo não se regenera. À medida que o gás é absorvido, o olho preenche o espaço com um líquido produzido fisiologicamente em sua porção anterior. Como isso acontece gradativamente, a visão fica dividida entre duas partes – uma que enxerga melhor (líquido) e outra pior (gás) até que o gás seja totalmente absorvido.
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Oftalmologista CRM 158.844
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